sexta-feira, 29 de abril de 2011

Seria mais fácil, mas isso não serve pra mim.

Seria mais fácil usar um corte de cabelo comum, usar as roupas da vitrine do Shopping, estar nos camarotes mais cobiçados e se portar de forma sem sentido. Seria mais fácil poupar os palavrões, causar uma ótima boa impressão e enganar a todos sobre sua real índole. Seria mais fácil buscar frases prontas na Internet, postar em sua própria página, e receber elogios por algo que não foi você quem fez. Seria mais fácil observar as atitudes na ruas, copiar exatamente e se tornar um alvo comum de cobiça das mulheres. Seria mais fácil ter em seu iPod as músicas que tocam nas rádios, tocar as mesmas no som do carro para causar uma bora impressão à sua carona. Seria mais fácil saber assuntos inúteis que estão escancarados na mídia, se aprimorar dos mesmos, e ter o que falar numa roda de pessoas de forma geral, em qualquer meio social que você frequenta. Seria mais fácil se encaixar num esteriotipo que não exige personalidade, fingir ser um manequim com vida pra conseguir sucesso em todos os sentidos pessoais. Seria mais fácil manter a cor dos seus braços, na cor da pele, e não impactar os olhos de quem o vê, com uma "poluição visual" causade por 09 ou 13 agulhas num processo longo e dolorido.

Seria mais fácil ser somente uma cópia de uma imitação.

Eu sempre gostei do que é difícil. Tirar nota 10 na prova de Literatura, na 8ª série, nunca colocou um sorriso no meu rosto. Cada matéria com média de nota baixa, era sinônimo de mais um desafio, de mais um motivo pra se conseguir vencer. Sempre preferi tentar escalar as montanhas desafiadoras, fugir do padrão imposta e ouvir o que meu coração me diz. Padrão adotado pela maioria, sempre foi o que eu mais evitei. Não me sentia verdadeiro em ser exatament igual a pessoa ao melado, numa fila de banco ou na porta de um bar. Aquela garota impossível de se conquistar, sempre foi o que quis, por mais que já tivesse aceitado a derrota pré-tentativa. Conseguir entender aquele poema repleto de metáforas, sempre foi o auge da minha satisfação pessoal, da minha auto aprovação. Ler a auto biografia de Adolf Hitler pra saber quem é o seujeito que todos odeiam, nunca seria curiosidade de alguém que é popular na escola. Letras de músicas com palavras e frases clichês sempre me paresseram pobres em romantismo, prefiro aquelas cujas quais é necessário se ouvir duas ou três vezes, para enteder o sentimento de seu autor. Conseguir se destacar no meio de uma multidão por estar usando uma peça de roupa diferente, é uma sensação ótima que somente uma parcela da população já sentiu ou vai sentir. Fazer com que as pessoas enxerguem meu interior, mesmo quando meu exterior as afasta, é algo tão gratificante pelo fato de isso ter ocorrido por puro mérito meu.

Não digo estar exalando perfume de rosas, nem que sou dono da verdade. Penso que seria fácil demais seguir com a maré, como um pedaço de papel que se joga no mar e as águas levam pra um lugar onde tal objeto não sabe qual o fundamento disso. Eu gosto de ser dono dos meus pensamentos. Antes que as autoridades tirem meus olhos fora, ou que a sociedade imponha uma nova barreira, quero poder ver tudo que o mundo tem a me oferecer, sem medo das consequências, importando somente com a sensação de felicidade que eu mesmo possa trazer a mim.

Já dizia Beck Hansem: vou ficar mais ao meu lado, dessa forma, jamais estarei sozinho.

Seria mais fácil seguir as receitas e ver o produto final igual na foto do livro. Mas isso não serve pra mim. Quero inventar a minha receita, tirar a minha foto e publicar eu mesmo, o meu livro... a minha história.

Um comentário:

  1. Seria mais fácil eu colocar silicone, fazer uma lipo, colocar um megahair, dançar a dança da bicicletinha e concordar com tudo. Mas no meio de tanta gente, eu sou o atípico! E isso incomoda e causa espanto.

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