quarta-feira, 4 de abril de 2012

Demônios internos.

Insistência incansável de imposição agressiva capaz de confundir o que se vê, se ouve, se sente. Imortal de forma teimosa que se nega a esconder, se nega a esquecer.

Falta de argumentos necessários para o que não se entende. Excessos de referências explicitas tomam lugar de flashes de memória.

Fica, entra, consome, destrói, atormenta, perturba, não se cala, não se cansa, não se vai. Busca eterna da sombra de um abeto.

Vício crônico incontrolável não desejado, não procurado, o que deveria não existir. Soma das dúvidas e certezas trazem sensação desconhecida de dor.

Conduta que vai contra a inércia e desrespeita vontade de onde se instala. Apatia surpresa que espera pelo momento certo de atacar.

Ocupa espaço onde não mais se tem. Tira do lugar o que deveria ficar e mostra a realidade imaginária. Convence a crer na mentira que jamais será verdade. Motiva o prazer causado pela dor.

Grita, berra, agride, humilha, espanca, estupra, pressiona, e nunca tem fim. Uma fatia de personalidade dispensável, porém, essencial.

Escravo do pior medo e dependência capaz de ser implantado. Conhecimento do maior nível de dor existente. Tentativa fracassada de combate.

Abismo frio sem fim, numa queda em espiral direto ao fundo. Fundo que não existe, fundo que se deseja, fundo no qual já se encontra e não percebe.

Alívio momentâneo no uso de uma válvula desconhecida. Aspirar pelo poder de controlar as emoções não pertencentes, mas presentes.

A morte já não mais seduz. Torna-se algo sem sal nem açúcar, se torna algo fácil, se torna algo comum. Uma pequena amostra já foi provada.

Paralisia dos movimentos e coordenações motoras. Sentimento de choque térmico, colisão de forças que causam medo, que assustam, que reprimem.

Incapaz de vencer, derrotado, desacreditado, mas com motivação. Luta constante contra si próprio. Autoagressão que gera satisfação, e não mais se sabe diferenciar dor de prazer.

Falta de motivação para buscar metas estabelecidas. Pensamento de que não resta nada além da desistência.

Um ponto de segurança inúmeras vezes inferior insiste em não morrer. Rasteja-se ao passo que apanha, mas sem desistir.

Mesmo depois de morto eu não caio. Mesmo depois de abatido eu não perco. Mesmo depois de pisado eu me levanto.

E vai ser sempre assim. A batalha final vai ser minha.