sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Eu gosto de te abraçar até estalar.

Eu gosto quando você me olha, e  mesmo sem a intenção, me obriga a tentar descobrir qual é o perfume que você usa. Meu comportamento, quando perto de você, é como a programação de um robô que só exerce uma única função.

Eu gosto da sua timidez que automaticamente se transforma em charme, uma carta na manga que nem todo mundo sabe usar. O que difere é a naturalidade como isso ocorre.

Eu gosto do jeito que você fala, do jeito que você conversa, do jeito que você ri, do jeito que você olha, do jeito que você é.

Eu gosto do fato de você ter implantado em mim essa coisa estranha, que eu sei e não sei o que é, mas que me acorda e me põe pra dormir todo dia com um sorriso no canto da boca.

Eu gosto de imaginar que "tenho" você, e de que eu não sou o único nessa história que está voltando a ter 16 anos de idade.

Eu não gosto de ter que obedecer a regra da distância, mas se bem que, isso é a causa pra uma consequência que mesmo rotulada de forma negativa, é empregada como motivação: a saudade.

Eu gosto de lugares quietos, que ficam longe do caos, um destino que me proporciona tempo de reflexão durante o trajeto. Eu gosto de ficar imóvel por horas, sendo que na verdade você fica cada vez mais perto de mim.

Eu gosto como te vi, te conheci, e você me conquistou. Eu gosto quando a minha cabeça não pára de procurar por você na memória.

Eu gosto do jeito que você salta em mim, esbanjando vontade de ficar junto e beijando sem regras, sem barreiras, da mesma forma que eu faço com você.

Eu gosto de testar até que ponto eu consigo de apertar sem causar dor, ao ponto que indiferente da intensidade da vontade dos braços, a dor não existe.

Eu gosto de falar oi como se fosse naquele primeiro dia, ou de falar tchau como se hoje fosse nosso último dia. Eu gosto da sensação de ter que aproveitar antes que acabe.

Eu gosto pensar que minha rotina pode mudar, em função de um novo propósito coberto de razão, ainda que isso seja contraditório à sua natureza (sentimento).

Eu gosto da sua delicadeza, da forma como você anda, e até mesmo o movimento para alcançar um copo na mesa. Eu gosto porque isso tudo é camuflado e exposto ao mesmo tempo.

Eu gosto de ter começado esse texto sem saber por onde iniciar, e agora não conseguir parar mais de falar. Escrever ou desenhar o meu desejo de ser ouvido.

Eu gosto de sentir essa vontade de gritar, como uma válvula de escape, para o quente e frio que sinto quando te abraço.

Eu gosto de te abraçar até estalar.

domingo, 13 de novembro de 2011

Divisor de águas.

Imagens erroneamente projetadas, aproximando o incerto do certo, confundindo os reflexos não mais coloridos. Branco.

Reação inexistente vivida como o presente, firmando realidade no mesmo plano em que sente.

Divagações inúteis transbordam sem sentido nem orientação. Simplesmente paranóias geradas pela permissão.



Nada faz sentido onde tudo se encaixa, na ausência de direção, a mistura dos tons mostra uma conclusão. Preto.

Passa a ser temido aquilo que mais deseja, ao alcance já não é mais belo, turvo e obscuro não seriam exageros.

O único mal que se tem é aquele também necessário, justificado posteriormente de forma comum e diferente, sem agressões ou negociações.

A forma subjetiva empregada é um disparo sem alcance, um destino existente, mas jamais presente, que argumenta com insistência por si próprio.

Ilusões perfeitamente projetadas, mesclando distintos conceitos, com direções próprias e determinadas, mostrando a identidade de cada um que quer mostrar.

Tudo se define de forma clara, na percepção das diferenças entre ambas, é uma escolha primária possível definir em qual água nadar.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Eu quero uma casa com varanda.

Barreiras, obstáculos, paredes, sinais, vozes, visões, ilusões, paranóias.

Sufocante se torna uma qualidade para o meio cujo qual não se encaixa em qualquer adjetivo negativo.

Costumes de desconfiança se tornam rotinas obrigatórias, onde o Sol já nasce despercebido e camuflado pelo caos.

O movimento de uma folha, motivado pela ação do vento, é a imagem que se tem, mas não se vê.

Não há nada pior do que não ter pra ou por onde correr, quando nossas emoções já não cabem dentro de 75 Kg.

O que se reprime não morre. Fica guardado esperando uma fenda por onde explodir.

Um ambiente sem poesia não é onde quero estar quando for de minha escolha o destino.

Fadigados e viciados, são os músculos que não mais suportam o nomadismo do conjunto onde nasceu.

Esquecemos da emoção, do medo, da angústia, do amor e do afeto.

Esquecemos a nossa espécie. Vivemos sob programação.

Lares que invadem o espaço alheio. Que cobrem ou que servem de base, não importa.

A capacidade de multiplicação desordenada é uma das práticas mais comuns observadas.

Sintomas de que o que se tem em mãos não é o suficiente. Jamais será o suficiente.

De repente o homem é criador daquilo que já foi seu berço.

De repente o verde se torna um produto, não mais algo natural, e que é capaz de dialogar com o cinza.

Gritos que perdem força e ganham o apelido de sussurros.

Pensamentos que manipulam a boca, a única saída para o mundo externo.

Todo o oposto dos meus sonhos, é a realidade nos meus dias.

Após dez ou quinze anos talvez nem se consiga mais lembrar do que é ideal. Aprendemos a provar e gostar do que nos é oferecido.

Eu jamais conseguirei morar em um elevador num edifício qualquer.

Eu quero uma casa com varanda.


quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Algo.

Algo que quer.
Algo que sente.
Algo que vive.
Algo que vê.
Algo que cheira.
Algo que sonha.
Algo que alegra.
Algo que chega.
Algo que pergunta.
Algo que não sabe.
Algo que é passado.
Algo que quer futuro.
Algo que se desculpa.
Algo que se usa.
Algo que não entende.
Algo que desconhece.
Algo que eu queira.
Algo que é turvo.
Algo que aparece.
Algo que treme.
Algo que faz parte.
Algo que ferve.
Algo que imagina.
Algo que é único.
Algo que é só.
Algo que tem cor.
Algo que existe.
Algo que consquista.
Algo que surpreende.
Algo que beija.
Algo que apaixona.