segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Olhos caídos

Recorda-me a infância, quando parecia só um desenho colorido.
Tem livre arbítrio perante a vontade dos meus dentes.
Recarregado naturalmente, sob repetições agressivas, que morrem em suspiros.
Metralhadoras de gargalhadas confusas, confundem, que querem confundir.
O belo está na nuca, despercebido, observado, desejado.
De surpresa se anuncia, com presença se apresenta, a censura o cala.
Pede coragem que necessita, por um desejo que aspira, imagina o que é possível.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Não é em você que eu penso.

Quando a rosa esquecida é entregue às mãos certas, quando o randômico movimento de nuvens se torna poesia, quando o brilho do Sol ou o frio da chuva são sinônimos.

Quando os pés descalços não estão nem aí para as pedras, quando um suspiro no telefone põe pra dormir, quando o reflexo é projetado pelo ângulo certo.



Quando em queda constante em aceleração, quando involuntariamente olhares são vistos, quando automaticamente a voz se exalta.

Quando as curvas se tornam retas, quando se entende o motivo de uma discordância, quando a contramão é uma opção.

Quando o que importa é estar, quando a comunicação gera prazer, quando, quando de surpresa sorri.

Quando o coração apertado é gostoso, quando o amargo fica doce, quando não basta somente falar.

Quando se misturam os tons, quando sem luz consegue enxergar, quando se reconhece que esta a amar.

Não é em você que eu penso.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Começa com você. Começa comigo.

O casual não basta por si só para conhecer seu destino, e intervenções externas essencialmente presentes são as peças faltantes. O conjunto completo apresenta a porta destrancada.

Sem receio nem medo, mas com ansiedade, o mais importante é prestar a atenção na melodia para não perder nenhum passo da dança. Solta uma gargalhada se o pé for pisado. Despiste os erros banais e continue dançando como se estivesse sozinho em seu quarto.

Um excelência à mostra para o mundo, mas um misticismo escondido e camuflado pelos olhos e cabelos claros. Não haverá conhecimento sem insistência, nem adoração sem observação. Sentimento de que nunca é o suficiente. Deixa sede para mais um gole.

A distância é imposta por decisões passadas, movidas por pernas não mais existentes, o que é traduzido de forma leiga a confortável como destino. Um distancia com certeza de fim, por mais longa que seja, é curta.

Um "melhor" visto a cada minuto que se passa, como um baú mágico com fundo falso, que esconde as surpresas colocadas em analogia como tesouros. Ali se esquece do ditado sobre o ouro, ali tudo que reluz reflete nos olhos.

Surtos noturnos com injeções de adrenalina, implorando por uma plataforma de projeção, com necessidade de sair e ganhar conhecimento. Desenvolvimento sem cronograma, produção instantânea, e um novo "novo" acontece.

Escassez de coragem derrubada pelo pé que ficou pra trás. Vontade e audácia congeladas resultando na impotência. Não se consegue intervir naquilo que não entendemos, mas conhecemos. Presas e livres ficam as sensações, seguidas pela tentativa de leitura astral.



Certeza no negativismo ainda não contrariada. Imagens aspiradas em modelo ideal que causa orgulho na revelação a um novo habitat.


Gritando em silêncio aos ouvidos de um surdo, observados pelos olhos do cego, dialogando somente através da porta que se mostrou aberta. Comunicação perfeita que acontece sem intimidade. E não se sabe o que é real ou ilusão.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Do que as mulheres gostam.


Pode ser aquele mauricinho engomadinho, cheirosinho, com roupas limpas. Pode ser aquele rockeiro barbudo, que fala palabvrão e não toma banho.

Pode ser aquele esportista malhado.
 
Pode ser o romântico meloso. Pode ser o cafajeste sem coração.

Pode ser o sincero e transparente. Pode ser o mentiroso e canalha.

Pode ser o que corre atrás sem parar. Pode ser o que some depois do primeiro encontro.

Pode ser o que mantém segredo. Pode ser aquele que conta pra todos no escritório.

Pode ser aquele que sabe falar o que ela quer ouvir. Pode ser aquele que não sabe o que falar.

Pode ser aquele que tem paciência pra ouvir a noite inteira. Pode ser aquele que não para de falar em si próprio.

Pode ser aquele que somente bebe socialmente. Pode ser aquele que apresenta sintomas de alcoolismo.

Pode ser aquele que trabalha pesado. Pode ser aquele que aos 30 não sabe o que é trabalhar.

Pode ser o obediente.
Pode ser o rebelde.

Do que as mulheres gostam? Muitos dizem: nem elas sabem. 

Eu digo: elas gostam de tudo.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O sonho da tempestade é ser um copo d´água.

Distúrbio que se mostra a partir de inúmeros momentos iguais e desiguais, que não tem regra, que não tem controle.

Temido e adorado, desejado e às vezes reprimido. Sempre encontra uma forma de não desistir. Não consegue ser esquecido.

Não há padronização em tamanho, quantidade, volume ou intensidade. Consegue-se o melhor se o melhor é oferecido.

Nem mesmo o ditador absoluto intervém quando não é de sua posse a imposição.

Tem vida própria, porém limitada. Dias contados regressivamente até que não haja mais o topo nem o fundo, não haja mais força, não haja mais vontade, não haja mais nada.

Mescla de universos adversos, informações desordenadas, explosão sincronizada sem ensaio que recebe todos os aplausos.

Para o tempo se quiser, ou simplesmente finge que não o vê. Pede atenção, pede falta de atenção, não se importa da proporção que pode tomar. Não se importa se for segredo.

Reações conhecidas e previsíveis que fazem a avaliação do presente por se preocupar com o futuro. Passado esquecido ou desacreditado. Qualquer distância é insignificante.

Vá e volte até que seja necessário o repouso. Não há metodologia alguma. Simplesmente vá, volte, e descanse.