quarta-feira, 8 de maio de 2013

Um passo além da linha.

Euforia primaria no horizonte se refoge. Diferentes tons agrupados são continuos enquanto randomicos.

Lembrada em ironia deleta os motivos que aqui não são pertencentes. Anedota confusa e medíocre jogada ao canto da varanda.

A temperatura sofre descontrole, de forma agradável. Nunca foi tão fácil ouvir as próprias idéias. E sensações.

Quando de todos os tons não mais ficou nenhum, os músculos lhe pegam de surpresa. Um sorriso.
Um reflexo agradável e desejado. Como inexistente.

Dar um passo no outro lado da linha levanta questões e quaisquer formas de desentendimento.

O horizonte nunca esteve tão longe. O espaço nunca foi tão suficiente.

Vou ali do outro lado e ja volto.
Ou será que já to do lado de cá?

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Acordar devagar.

Constante, que não deixa de existir, mas sempre encontra um novo momento pra começar de novo. Traz de volta a sensação da primeira vez.


Imaginações com detalhes de realidade, de algo que almeja ao mesmo passo que se tem entre os dedos, um prêmio platônico tão acessível de repente.

Observações pontuais, sorrindo de detalhes conhecidos, mas vistos por outro ângulo. As vezes fica difícil acreditar que está tão perto.

Desejo uma vez tímido, que não mais se preocupa, e explode com todo o afinco que deseja mostrar. Dar amor é saber que se é amado.



Clímax totalmente diferente de todas as gargalhadas já vistas. Momento em que a única coisa que importa é estar ali, de fato, de pele e alma, juntos, em posição de abraço onde os membros parecem se multiplicar. É tanto pedaço de pele que se quer tocar...

Horas se passam sem que sejam percebidas. Os olhos se fecham e o corpo descansa. Não é problema nenhum o sono ser interrompido.

Perido nos sonhos, com imaginações que sangram sensações, aquilo que é real, que se toca, é tão perfeito que não se sabe que já acordou. Pensar ainda estar dormindo.

Um novo gesto de carinho dá calor, cobre, e põe em conforto num encaixe perfeito. Não existem regras... cada pedacinho do seu foi feito para se conversar com o meu.

Por alguns segundos o Mundo parece maravilhoso, os problemas somem, o sorriso não consegue sair da boca.

Um ruído atormentador anuncia o início de mais um Segunda-Feira...

É hora de levantar e esperar mais um dia inteiro passar. O fim da noite nos espera...

terça-feira, 19 de junho de 2012

O que o dinheiro não compra.



Na posição em que se é aconselhado ficar por pelo menos oito horas por dia. As janelas, portas e qualquer outro tipo de canal com o meio externo são vedados. Nenhum entretenimento via satélite é presente. O silêncio vale ouro.

Corpos desproporcionais que vêm encaixe perfeito no momento de junção. O peso da cabeça sob o peito é algo desejado pela pele. Dedos que almejam fazer parte ou conduzir o movimento dos cabelos.

Olhares que não se enxergam, mas mantém comunicação. A ausência de luz chega para fazer parte do momento que é único e repetido. O que se declara casualmente com palavras é melhor traduzido pelo toque.


Força interna que age de forma agressiva. Batendo sem machucar, apertando sem esmagar. Um ensaio de beijos que não se contentam somente com os lábios, mas procura um sabor novo em cada pedacinho do corpo.

Calmo e relaxante de início, que esquenta quando as luzes se apagam e o cobertor se finge de escudo. Escudo que é tirado de cena quando o calor de um é suficiente para o outro. A plataforma feita em medidas padronizadas parece não ter mais horizonte. O espaço se torna sem fim.

Calmo e relaxante no final, que sente frio mas aproveita a sensação de choque térmico. Agora não mais ensaios, mas sim um espetáculo de beijos mostrando a mais bela dança entre os lábios e línguas. Caricias intermináveis que parecem tocar pela primeira vez a textura do corpo pelo qual acaba de passear.

Pálpebras que resolvem deixar os olhos cegos. Uma passada por aqui, outro apertão por ali, e dois se tornam apenas um. Não se percebe quando o dia chegou ao fim.

Necessárias são as coisas capazes de serem compradas. Uma dádiva é ter o que o dinheiro não compra: fazer amor com você.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Meu vício imortal.

Fato que cria pensamento, que desenvolve imaginação, e onde não deve, instala endereço fixo.
Fora do alcance e do conhecimento quando no passado, mas se torna presente até mesmo no futuro.
O coração palpita com mais força mesmo faltando-lhe informação dos olhos.

A verdade nem sempre é mais dolorosa.

Com as pernas paralisadas, mãos amarradas e boca que não tem voz.
Dentro de um labirinto manchado por dor, projetado pela paranoia, com promessa mentirosa de um fim.
Luta entre o cansaço e a insistência que confunde a interpretação do cérebro perante o que se é atirado.

A deficiência de pensamentos cria um novo mundo.

Um racicínio com provas que são queimadas quando apresentadas.
Injustiça no julgamento de quem pode falar mais alto, de quem escolhe o que é verdade.
Quando não há a possibilidade de tirar ou controlar, resta apenas o afinco na excelência de paciência.

O que é saudável pode adoecer num piscar de olhos.

Métodos e teorias aplaudidas que nunca conhecerão a prática.
Sente ferver e borbulhar mais uma vez o sangue que escorre da cicatriz que nunca se cura.

Um desejo constante de intensidade de dor que não caiba. Que não faça mais doer.

O que é branco por fora sempre foi negro por dentro.

Abrir os olhos pela manhã aumenta o desejo de morte.
Gerado pela apatia e expectativa, de uma história conhecida que merece um novo fim.
Propriedade adquirida anteriormente que assombra eternamente.

No espelho se vê a imagem do inimigo.

Visto por todos como quem suplica por atenção, como se houvesse necessidade de estar assim.
Visto por poucos como quem precisa de atenção, como se precisasse dividir o medo que é pesado demais para um corpo só.
Entendido por ninguém como realmente é, preso ao único personagem que sabe dominar a criatura: o criador.

Momento em que se percebe faltar munições.

Ter orgulho de ter visto que se viu.
Enxergar a realidade com olhos sem pálpebras.
Conseguir superar após sentir as dores... e não evitá-las.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Demônios internos.

Insistência incansável de imposição agressiva capaz de confundir o que se vê, se ouve, se sente. Imortal de forma teimosa que se nega a esconder, se nega a esquecer.

Falta de argumentos necessários para o que não se entende. Excessos de referências explicitas tomam lugar de flashes de memória.

Fica, entra, consome, destrói, atormenta, perturba, não se cala, não se cansa, não se vai. Busca eterna da sombra de um abeto.

Vício crônico incontrolável não desejado, não procurado, o que deveria não existir. Soma das dúvidas e certezas trazem sensação desconhecida de dor.

Conduta que vai contra a inércia e desrespeita vontade de onde se instala. Apatia surpresa que espera pelo momento certo de atacar.

Ocupa espaço onde não mais se tem. Tira do lugar o que deveria ficar e mostra a realidade imaginária. Convence a crer na mentira que jamais será verdade. Motiva o prazer causado pela dor.

Grita, berra, agride, humilha, espanca, estupra, pressiona, e nunca tem fim. Uma fatia de personalidade dispensável, porém, essencial.

Escravo do pior medo e dependência capaz de ser implantado. Conhecimento do maior nível de dor existente. Tentativa fracassada de combate.

Abismo frio sem fim, numa queda em espiral direto ao fundo. Fundo que não existe, fundo que se deseja, fundo no qual já se encontra e não percebe.

Alívio momentâneo no uso de uma válvula desconhecida. Aspirar pelo poder de controlar as emoções não pertencentes, mas presentes.

A morte já não mais seduz. Torna-se algo sem sal nem açúcar, se torna algo fácil, se torna algo comum. Uma pequena amostra já foi provada.

Paralisia dos movimentos e coordenações motoras. Sentimento de choque térmico, colisão de forças que causam medo, que assustam, que reprimem.

Incapaz de vencer, derrotado, desacreditado, mas com motivação. Luta constante contra si próprio. Autoagressão que gera satisfação, e não mais se sabe diferenciar dor de prazer.

Falta de motivação para buscar metas estabelecidas. Pensamento de que não resta nada além da desistência.

Um ponto de segurança inúmeras vezes inferior insiste em não morrer. Rasteja-se ao passo que apanha, mas sem desistir.

Mesmo depois de morto eu não caio. Mesmo depois de abatido eu não perco. Mesmo depois de pisado eu me levanto.

E vai ser sempre assim. A batalha final vai ser minha.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Uma namorada amiga.




Uma namorada amiga é mais do que uma única pessoa.
Uma namorada amiga carrega a personalidade de não só uma pessoa.
Uma namorada amiga nunca vai deixar com que você se enjoe dela, a pessoa.

Uma namorada amiga é amante e companheira.

Uma namorada amiga te liga pra falar bom dia.
Uma namorada amiga te liga pra te acordar.
Uma namorada amiga sai pra jantar numa Sexta-Feira.
Uma namorada amiga sai pra se embebedar num Sábado.
Uma namorada amiga quer seu carinho a toda hora.
Uma namorada amiga não se importa em dividir a sua atenção.
Uma namorada amiga quer ver filme romântico com você em casa.
Uma namorada amiga quer assistir o jogo com os seus amigos.
Uma namorada amiga não sente ciúmes das suas amigas.
Uma namorada amiga vai roubar as suas melhores amigas.
Uma namorada amiga vai te defender em uma briga.
Uma namorada amiga vai se juntar aos outros que riem de você.
Uma namorada amiga fala no seu ouvido com toda meiguice.
Uma namorada amiga te dá bronca igual de mãe quando precisar.
Uma namorada amiga vai ter paciência pra ouvir as suas músicas.
Uma namorada amiga vai esconder seus CD´S pra ela ouvir os dela.
Uma namorada amiga te dá um beijo quando você chega.
Uma namorada amiga te dá uma tapa na bunda se você andar pela casa pelado.
Uma namorada amiga sabe dar o tempo que você precisa.
Uma namorada amiga vai estar junto com você o tempo que precisar.
Uma namorada amiga ouve os seus segredos.
Uma namorada amiga te conta os segredos.
Uma namorada amiga se veste como uma Deusa pra sair com você.
Uma namorada amiga vai dar risada quando você arrotar.
Uma namorada amiga consegue te chamar de “mano” e de “amor” ao mesmo tempo.
Uma namorada amiga sabe quando você é o “amor”, e quando é o “mano”.
Uma namorada amiga chega de mão dada, se mistura com todo mundo na festa, te deixa solto, mas vai embora junto.
Uma namorada amiga vai fazer você ter coragem de ser criança de novo.
Uma namorada amiga é hora amiga, hora namorada, hora amiga/namorada.
Uma namorada amiga chega em casa com um fardo de cerveja.
Uma namorada amiga chega em casa com um beijo e um abraço.
Uma namorada amiga te fazer rir, chorar, sofrer, amar.
Uma namorada amiga é a mulher dos seus sonhos, e alvo de piada.
Uma namorada amiga vai conhecer seu lado namorado, e seu lado amigo.
Uma namorada amiga nunca será igual as outras.
Uma namorada amiga é além de tudo, sua amiga.
Uma namorada amiga é a sua melhor amante e melhor companhia.

A minha namorada é a minha melhor amiga.
A minha melhor amiga é a minha namorada.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Vontade de você.




Vontade de chamar, de falar, de ligar.
Vontade de olhar, de admirar, de desejar.
Vontade de abraçar, de levantar, de beijar.
Vontade de amar, de tocar, de transar.
Vontade de trancar, de guardar, de preservar.


Vontade de ouvir, de refletir, de sorrir.
Vontade de ir e vir, de sentir, de sacudir.
Vontade de mentir, de fingir, de proibir.
Vontade de distinguir, de dividir, de unir.
Vontade de digerir, de dirigir, de tingir.


Vontade de entender, de esclarecer, de dizer.
Vontade de amanhecer, de entardecer, de anoitecer.
Vontade de ter, de temer, de reter.
Vontade de sofrer, de entristecer, de adoecer.

Vontade de querer, de viver...
Vontade de você.